Gênero e sexualidade em perspectiva social

Esta publicação desenvolve um rico diálogo, de natureza epistemológica, com obras como “Gênero: uma perspectiva global”[1], que reiteram a centralidade do processo colonial no desenvolvimento da nossa modernidade periférica, enquanto Sul Global, que mais do que ser um território no sentido mais raso, o é considerando a concepção de Milton Santos, que articula o espaço enquanto constituinte dos sujeitos, aos impasses da globalização desigual sobre os nossos corpos subalternizados: corporificação do social/econômico, não em termos abstratos, mas concretos, no tecido do próprio gênero e da sexualidade. Convido o/a leitor/a a descobrir, pelo mapeamento apresentado em cada capítulo, a variedade de tópicos, diferenças e semelhanças no amplo espectro das possibilidades de ser, sentir e pensar relativas a gênero e sexualidade em nossa cultura, a qual compõe um quadro reflexivo extremamente útil para o enfentamento de problemas fundantes não apenas do Brasil, mas também da sociedade global, que somente podem ser respondidos a partir de um domínio de pensamento e ação outro que não unicamente o do Norte Global, não somente o da Metrópole econômica, política, cultural e militar, mas, isso sim, o das periferias do mundo, em termos geográficos mas também demográficos! Ou seja, considerando a produção científica de mulheres, população negra e LGBTI+. Assim, tem-se uma perspectiva renovada, aprimorada pela Teoria social, para a compreensão das questões de gênero do Brasil hoje, e por conseguinte, da própria Sociedade do Conhecimento que ora principiamos a vivenciar e almejamos compreender, para empreendermos caminhadas que nos permitam um bem viver.