Dançando no Labirinto
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PoesiaSinopse
Amores remotos surgem na memória como espigas douradas num inexistente milharal de esperada (ou desesperada) colheita. Mas, o que dançará por trás daquelas cortinas no fim do espetáculo? Que mistério de indefinidas cores, aromas e sabores? Entre temores e reminiscências, surge soberano o cheiro da couve cortada pela avó em movimentos que mais parecem bailarinas no ar entre seus longos dedos de tricô! As lembranças seguem ecoando no labirinto sem fim. Da paisagem do campo e da labuta na roça, que a imaginação transporta para além das muralhas da China, o poeta chega a desafios e lúdicas indagações, num jogo em que o leitor se verá brincando com o gato no tapete da “sala de nãoestar” do poema “Nas patas do gato dançam os mísseis”, ácida crônica destes tempos em que o desvario de falsos heróis ameaça acender chamas de apocalipses atômicos. Em versos lúdicos, que insinuam o pânico, o angorá peralta dá suas piruetas, como Chaplin a dançar ao som de solos de jazz, enquanto o planeta gira no abismo de mísseis prontos para devastar mundos e fundos.