Histórias da Terapia Ocupacional na América Latina: a criação dos primeiros programas de formação profissional

Autores

Gustavo Artur Monzeli
UFPB

Palavras-chave:

Terapia Ocupacional, Terapia ocupacional/História, Terapia Ocupacional/América Latina

Sinopse

Esta obra parte de questionamentos a respeito das razões do surgimento ou da implantação da terapia ocupacional na América Latina e de como as histórias que envolvem tais processos são reduzidas à reprodução simples da história estadunidense, como se suas razões e contextos tivessem sido os mesmos. Assim o objetivo geral deste estudo foi investigar os processos históricos de criação do primeiro programa de formação em terapia ocupacional em cada um dos 14 países que são membros da Confederação Latino-americana de Terapeutas Ocupacionais. Para tanto, os dados aqui apresentados e discutidos foram construídos em quatro principais etapas: a) delineamento dos países participantes da pesquisa; b) identificação dos colaboradores, com a utilização de questionários e a realização de entrevistas; c) busca de registros históricos e produções científicas sobre a história da terapia ocupacional em cada país; d) análise dos dados produzidos pelos questionários, entrevistas e registros históricos. Os resultados a que se chegou se evidenciam na composição dos percursos históricos, desde a criação da terapia ocupacional nos Estados Unidos da América, no início do século XX, até os principais antecedentes históricos que proporcionaram a criação dos primeiros programas de formação profissional nos países latino-americanos, a partir da década de 1950. A análise dessas histórias foi proposta em oito dimensões: 1) a replicação de modelos de formação profissional influenciados por perspectivas de reabilitação dos países do Norte; 2) a conformação de programas subordinados à lógica médica; 3) o público-alvo para a formação nos programas, composto principalmente por mulheres das elites urbanas para a realização de trabalhos de ajuda social e humanitária; 4) a influência da WFOT no sentido de determinar diretrizes para os currículos dos novos programas de formação; 5) os projetos de cooperação internacional para o desenvolvimento da América Latina, principalmente levados por organizações internacionais como ONU, OMS, OPAS e OIT, que contribuíram para a criação de respostas padronizadas para as demandas de reabilitação; 6) as cooperações regionais, também mediadas por agências de cooperação internacional, oferecendo auxílio para a graduação de profissionais vindos de outros países latino-americanos; 7) os professores desses primeiros programas serem, para além dos médicos e das terapeutas ocupacionais vindas de outros países, terapeutas ocupacionais recém egressos, quase sempre dos próprios programas de formação; 8) a relação da criação dos primeiros programas de formação com a conjuntura política, econômica e social de cada país, o que, em determinados momentos, fez com que os programas de formação fossem impulsionados ou recebessem poucos investimentos, principalmente pelo interesse dos Estados em desenvolver, ou não, estratégias de cuidado para os sujeitos e grupos, em geral, não prioritários. As principais conclusões permitem apontar para a análise da terapia ocupacional, ao menos no âmbito dos programas de formação profissional, como produto da articulação entre Estados-nação, pela lógica do capital articulada à Colonilidade

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Publicado

March 22, 2021

Detalhes sobre essa publicação

ISBN-13 (15)

978-65-5942-096-4