O novo patrimônio católico: a projeção de uma atuação pastoral para uma cidade em mudança (João Pessoa, 1894-1953)

O presente trabalho analisa as estratégias adotadas pela Igreja Católica para a rearticulação da sua ação pastoral durante o processo de mudanças sócio-culturais e transformações urbanas da cidade de João Pessoa entre os anos de 1894 a 1953. O debate historiográfico tem discutido esse processo dando enfoque ao fenômeno da romanização, que se configurou como um fortalecimento institucional das estruturas hierárquicas do clero romano em reação às assim entendidas ameaças laicas e anticlericais após o final do século XIX. Nossa análise parte do surgimento de uma série de instituições e edificações administradas ou vinculadas a Arquidiocese da Parahyba como círculos operários, escolas, hospitais, igrejas, instituições de caridade e orfanatos, que diferenciaram-se das instituições religiosas até então existentes remanescentes do período colonial e imperial, uma vez que se lidava com uma Cidade em rápido processo de expansão de sua malha urbana e reconfiguração dos modos de vida. Consideramos essas instituições e edificações, algumas hoje centenárias, como vestígios que demonstram o modo como a Igreja Católica se exprimiu historicamente em relação a uma sociedade as suas diferentes maneiras de pensar e agir, na medida em que se reorganizou institucionalmente para tentar, por sua vez, organizar espaços para serem ocupados por diferentes sujeitos históricos. Diante desse cenário, esquadrinhamos os alcances significativos da relação que se estabeleceu entre o Estado, a Igreja e diversos agentes particulares no desenvolvimento de atitudes no universo da cidade filiado ao interesse dessas distintas instâncias do poder e no próprio processo de criação do que denominamos novo patrimônio católico na capital paraibana.