Ensino e memória: uma perspectiva a partir de textos literários egípcios do Reino Médio

Autores

Victor Braga Gurgel
Universidade Federal da Paraíba

Palavras-chave:

História Antiga, Egito Antigo, Memória Cultural, Ensino de História Antiga, Literatura Egípcia do Reino Médio

Sinopse

Nesta investigação, relacionamos os conceitos de memória cultural (Jan Assmann) e consciência histórica (Jörn Rüsen), e nos debruçamos sobre dois aspectos dos estudos do Egito Antigo, a saber, a pesquisa acadêmica desta civilização e o Ensino de História do Egito Antigo. Partimos da constatação de Rüsen de que as carências de orientação do ser humano no tempo são o ponto de partida para as indagações que culminam tanto na pesquisa acadêmica e na consciência histórica advinda da historiografia científica quanto na consciência histórica do cidadão comum, não-especialista. Assim, defendemos que o Ensino e a pesquisa do Egito Antigo possuem um papel essencial na formação de uma consciência histórica crítica do cidadão brasileiro. Neste sentido, em um primeiro momento buscamos compreender como os egípcios construíram a sua memória cultural após o fim da crise política denominada pelos egiptólogos de Primeiro Período Intermediário (c. 2134 – 2040 a.C.), tendo como fontes históricas quatro textos literários egípcios tradicionalmente datados no Reino Médio (c. 2040 – 1640 a.C.): as Profecias de Neferti, as Lamentações de Kha-Kheper-Ré-Seneb, o Diálogo de um Desesperado com o seu Ba e as Admoestações de Ipu-uer. Analisamos essas fontes utilizando da análise de conteúdo (Laurence Bardin), procurando por referências a contrario ao conceito egípcio da ma’at. Em um segundo momento, refletimos sobre a relação existente entre a consciência histórica brasileira e a memória cultural do país em relação ao Egito Antigo. Para tanto, discutimos os resultados de um questionário aplicado com alguns professores da Rede Básica de Ensino de João Pessoa – PB e região metropolitana – aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal da Paraíba (CEP/UFPB). A partir dos resultados desses questionários foi possível refletir  sobre os limites do papel dos livros didáticos de História na consolidação de uma consciência histórica brasileira, mais especificamente sobre o Egito Antigo, objeto de nossa investigação, por fim examinando o papel do Ensino de História na manutenção ou não de uma visão exótica e bastante discrepante da Egiptologia e da historiografia sobre o Egito Antigo, sem deixar de considerar que não é o objetivo do Ensino de História “transmitir” o conhecimento acadêmico rigoroso para além dos muros da Academia.

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Publicado

outubro 20, 2022

Detalhes sobre essa publicação

ISBN-13 (15)

978-65-5942-181-7